O prédio do Museu do Telephone constitui-se numa das principais referências da instituição, uma peça integrante do seu acervo, desdobrando-se em dois espaços simbólicos simultâneos; um espaço DA memória, pois confunde-se com a própria história da telefonia na cidade do Rio de Janeiro, e um espaço DE memória, local onde estarão preservados os testemunhos desta mesma história. Compatibilizar a preservação deste espaço arquitetônico com o caráter contemporâneo do museu – uma agência alternativa de lazer e conhecimento, capaz de transformar o ato de preservar testemunhos passados numa experiência dinâmica e interativa - é a tarefa.

 

Para qualificar este novo espaço, começamos por redesenhar o PA existente. A ocupação de 100% da área remanescente, como reparação compensatória às perdas relativas à criação de uma rua lateral do prédio atual aponta mais para a existência de um problema do que para o prazer de uma solução. É certo que remanejamentos terão que ser feitos para acomodação desta medida.

 

Estamos, portanto, nos antecipando. Propõe-se, como compensação ao Museu pela área perdida na lateral oeste, que a construção do anexo avance sobre a parte do terreno reservado ao terminal rodoviário, solução que permitiria um melhor equilíbrio na relação estabelecida entre o prédio principal e seu anexo com a vizinhança. A elevação de trecho da rua projetada do anexo,  permitirão acesso pacífico ao nível do primeiro piso.

 

Em resumo, o projeto apresentado não esgota as possibilidades museográficas e apenas sugere algumas tendências. De fato, o objeto do nosso desejo é não atrapalhar a interpretação futura dos espaços que ali estavam, embora escondidos, como as galerias subterrâneas (1° pav), alicerces insólitos da edificação que justificam sua inclusão no universo das informações que deverão ser apresentadas ao público.

MUSEU DO TELEPHONE

Rio de Janeiro, RJ

2000

 

Concurso IAB RJ e Instituto Telemar

 

Área construída

2120,00 m²

 

Arquitetura

Zeca Franco